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Covid-19: na Europa, medidas se multiplicam para conter a onda anunciada

(AFP) – Os países europeus, onde se espera uma forte retomada da epidemia nas próximas semanas, estão tentando conter a propagação, com o endurecimento das condições de acesso na França e no Reino Unido.

Na Grécia, Mykonos, a ilha da festa, terá de parar de dançar a partir da 1h, um dia após a imposição de um toque de recolher noturno semelhante na Catalunha.

A França vai impor testes Covid-19 de menos de 24 horas a partir da meia-noite de sábado em viajantes não vacinados do Reino Unido, Espanha, Portugal, Chipre, Grécia e Holanda. Até o momento foram aceitos exames de 72 horas, exceto para os procedentes do Reino Unido que tiveram que apresentar um teste de menos de 48 horas.

Enquanto as contaminações estão subindo rapidamente sob o efeito da variante Delta, a França estendeu sua lista de países “vermelhos” para novos países: Tunísia, Moçambique, Cuba e Indonésia.

O uso de máscara ao ar livre também fará um retorno em certas regiões do leste e sudoeste do país.

O endurecimento das medidas sanitárias anunciado segunda-feira pelo presidente Emmanuel Macron – ampliação do passe de saúde em especial para lojas, restaurantes, locais de cultura, aviões ou comboios bem como a obrigação de vacinação para certas profissões – despertou a revolta de parte da população.

Várias procissões marcharam no sábado em Paris e em várias grandes cidades para denunciar a “ditadura” da saúde imposta por Macron e as medidas que consideram liberticidas. No entanto, os últimos são aceitos por uma grande maioria dos franceses, de acordo com uma pesquisa publicada na terça-feira.

Preocupado com a “presença persistente” na França da variante Beta, identificada pela primeira vez na África do Sul, o governo britânico decidiu submeter aqueles que vierem à quarentena, mesmo que estejam vacinados.

– “Mensagem muito confusa” –

Esta variante está presente no território ultramarino francês da Reunião, mas muito poucos na França metropolitana. É uma das quatro variantes chamadas perturbadoras identificadas pela OMS, ao lado de Alpha, Gamma e Delta.

“Removemos todas as medidas de barreira em 19 de julho e, por outro lado, colocamos em quarentena os residentes ingleses ou duplamente vacinados que retornam da França”, se espanta a Dra. Maud Lemoine, consultora de hepatologia do St Mary’s Hospital em Londres, considerando que envia uma “mensagem muito confusa para as pessoas”.

Para o professor John Edmunds, membro do Grupo de Cientistas (Sage) que assessora o governo britânico, os ministros têm razão em se preocupar com a variante Beta por causa de sua resistência às vacinas.

A Grécia impôs um toque de recolher entre 1 e 6 da manhã de sábado e outras restrições à ilha turística de Mykonos, conhecida por suas noites festivas.

Segue os passos da região turística da Catalunha, que na sexta-feira restabeleceu o toque de recolher nos mesmos horários, durante uma semana, na maior parte de suas localidades, incluindo Barcelona, ​​afetando oito milhões de pessoas.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, entretanto, prometeu no sábado que metade dos espanhóis será totalmente vacinado na próxima semana e reiterou sua meta de atingir 70% até o final do verão.

Com a variante Delta e o relaxamento das medidas para a temporada de verão, os governos temem uma nova fuga da epidemia que já matou quatro milhões de pessoas em todo o mundo e que pode forçar uma nova virada do parafuso no início do ano letivo.

A agência europeia de doenças prevê uma forte recuperação no número de casos Covid-19 nas próximas semanas, com quase cinco vezes mais novos casos até 1 de agosto. No entanto, o número de hospitalizações e mortes deve aumentar menos rapidamente, de acordo com o ECDC , graças em particular à campanha de vacinação.

A aceleração da vacinação permitiu ao Brasil, um dos países mais enlutados com mais de meio milhão de mortes por Covid-19, experimentar uma melhora na situação nas últimas semanas.

O número médio de mortes lá subiu na semana passada para 1.252, contra quase 3.000 no início de abril, no auge da segunda onda.

– As Olimpíadas sob vigilância –

Em contraste, no Pacífico, as autoridades australianas ordenaram novas restrições no sábado, fechando mais negócios em Sydney, várias semanas de confinamento não conseguindo evitar um aumento da pandemia.

Nos Estados Unidos, que haviam assumido a liderança, a campanha de vacinação estagnou, não conseguindo convencer os mais recalcitrantes, e a meta de 70% dos adultos terem recebido pelo menos uma dose da vacina até 4 de julho, feriado nacional, não foi alcançado.

Além de locais turísticos, grandes reuniões aumentam o temor de uma epidemia descontrolada. Uma semana antes do início das Olimpíadas de Tóquio, os organizadores anunciaram no sábado um primeiro caso de Covid identificado na vila olímpica.

E Covid obriga, a peregrinação anual a Meca começou no sábado, mas restrita a uma cota de 60 mil participantes, apenas sauditas e estrangeiros residentes no reino devidamente vacinados, longe dos cerca de 2,5 milhões que vieram de todo o mundo em 2019.

“Finalmente estou financeiramente pronta e agora é o coronavírus que está me impedindo”, lamenta Amina Gaafar, egípcia que economiza há 30 anos para fazer esta peregrinação.

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