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Biden critica o exército afegão e Trump após a retirada desordenada de Cabul

Joe Biden rejeitou na terça-feira as críticas de sua decisão de não adiar a retirada final dos Estados Unidos do Afeganistão, embora reconhecesse que todos os cidadãos americanos presentes em solo afegão não poderiam ser evacuados.

Em um discurso televisionado da Casa Branca, o presidente dos EUA criticou a incapacidade do governo afegão deposto de organizar uma resposta à ofensiva do Taleban, que forçou os Estados Unidos e seus aliados da OTAN a evacuarem em humilhante emergência.
Também sublinhou o papel desempenhado pelo seu antecessor, Donald Trump, na situação atual.
O acordo do governo Trump com o Taleban permitiu “a libertação de 5.000 prisioneiros no ano passado, incluindo alguns dos principais oficiais do Taleban, que estão entre os que assumiram o controle” do país, disse ele. Ele sublinha.
“Quando assumi o cargo, o Taleban estava militarmente em sua posição mais forte desde 2001, já que controlava quase metade do país”, acrescentou.
Joe Biden explicou que Washington estima entre 100 e 200 o número de americanos que ainda estão no Afeganistão “com a intenção de partir”. Ele acrescentou que a maioria das pessoas afetadas tinha dupla cidadania e eram residentes de longa data que decidiram ficar.
“O resultado é que 90% dos americanos que estavam no Afeganistão e queriam partir puderam partir”, disse ele.
“Para os americanos que ficaram, não há prazo. Continuamos comprometidos em tirá-los se quiserem sair”, acrescentou.
Nos últimos dias, membros do Congresso pediram à Casa Branca que adie o fim das evacuações além da data original de 31 de agosto para permitir que mais americanos e afegãos deixem Cabul. Mas Joe Biden disse que 31 de agosto não foi “uma data arbitrária”, mas foi escolhido “para salvar vidas”.
“Eu assumo a responsabilidade pela decisão. Alguns agora dizem que deveríamos ter começado as evacuações em massa mais cedo e perguntam se isso não poderia ter sido feito de uma maneira mais ordeira. Eu respeitosamente discordo deles”, declarou o presidente dos Estados Unidos.
Mesmo que as evacuações tivessem começado em junho ou julho, ele garantiu, “ainda haveria uma corrida no aeroporto” de pessoas que desejam partir.
A saída na segunda-feira das últimas tropas americanas do Afeganistão, 16 dias após a captura de Cabul, a capital, pelo Taleban, encerrou duas décadas de presença norte-americana em solo afegão, compromisso militar ao qual Joe Biden estava determinado a encerrar.
Mas se a opinião pública americana foi inicialmente favorável principalmente a essa retirada, as condições desta foram muito criticadas nos últimos dias e a popularidade do presidente sofreu.

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