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“Kaamelott”: “a história de um cara que volta de longe”, segundo Alexandre Astier

Quase 12 anos após a transmissão dos últimos episódios da série, a primeira parte da trilogia “Kaamelott” chega aos cinemas nesta quarta-feira para contar “grandes viradas no destino” do Rei Arthur, interpretado por Alexandre Astier, também no Produção .

“Entre o início e o fim do filme, o mundo de Arthur mudou totalmente”, explicou Alexandre Astier, um pau para toda obra e diretor de cinema, à AFP pouco antes do lançamento de “Kaamelott – Premier shutter”, um filme aguardado há anos pelos fãs.

Porque o projeto foi citado pelo criador da série desde a transmissão no M6 das primeiras temporadas. “Kaamelott”, uma versão paródia da busca pelo Graal – engraçado antes de escurecer -, adquiriu o status de programa de culto na televisão francesa (de 2005 a 2009, várias repetições desde então).

“Desde o final da série, soube que não faria o filme imediatamente, queria fazer outra coisa”, explica aquele que é ao mesmo tempo compositor, roteirista, diretor, produtor, montador e performer. Ele editou o filme em casa e uma cena foi devolvida à sua garagem durante o bloqueio.

“O que justifica a existência de filmes são estes + grandes capítulos +” que desenvolvem a história, enquanto “a base da série Kaamelott são pequenas coisas: dois, três actores juntos”, recorda o realizador, que ali assina a sua quarta longa-metragem (incluindo duas adaptações de Asterix e Obelix).

– “Filme de estrada” –

Com um orçamento de 14 milhões de euros, o longa-metragem de duas horas reúne atores de todas as esferas da vida: Kaamelott histórico (Lionnel Astier, Franck Pitiot), convidados renomados (Guillaume Gallienne, Alain Chabat, Sting) ou jovens atores vistos em a escola de Joëlle Sevilla (mãe de Alexandre Astier, que interpreta a madrasta de Arthur).

“Os atores que trago são pessoas que me fazem querer escrever para eles”, diz o homem que escreveu as réplicas da série, muitas das quais se tornaram cult. “É porque eles são o que são que eles vêm. Se eu não estraguei tudo, quando eles chegam, encontram um pequeno lar.”

No filme, o Rei Arthur retorna à Bretanha, coagido e forçado, após um exílio de dez anos, enquanto Lancelot du Lac (Thomas Cousseau) reina supremo sobre o reino de Logre e quer capturar o ex-rei.

“É um + road movie +, a história de um cara que já percorreu um longo caminho”, diz o roteirista Astier. “Filmamos em barcos, no deserto, na neve … é uma longa jornada.”

– Mais 10 anos? –

“Estou muito apaixonada pelos personagens que não querem ir para lá”, confidencia aquele que escreve e interpreta Rei Artur. “Meu herói tem todos os quatro ferros no pedal do freio. Mas forçado e forçado, ele terá que se sentar em uma mesa.” Redondo.

“Seu destino o chama de um país frio, retrógrado, reacionário, com racistas, misóginos, homofóbicos, um mundo onde sua modernidade [héritée de sa jeunesse à Rome], passa por fraqueza. Ele não está em casa em lugar nenhum ”, explica.

Alexandre Astier, que dedicou uma performance em palco a Jean-Sébastien Bach (“Que a minha alegria permanece!”, 2012), construiu o filme a partir da música que compôs e esperou “o mais tarde possível para escrever” o guião.

A música assume “um papel onisciente e está um passo à frente dos personagens (…) Ela diz: + Atenção, é isso que está surgindo +”. Em seguida, vêm na escrita “os grandes arcos da história”, depois “os pequenos vagões” (“o que dizem os personagens”).

Teremos que esperar dez anos para ver os cavaleiros retomarem a busca pelo Graal? “Na história que vou contar (para o resto da trilogia), o Graal é algo muito concreto”, responde Alexandre Astier. Que os fãs fiquem tranquilos, não teremos que esperar dez anos pela segunda parte.

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